quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Resenha : Orgulho e preconceito - Jane Austen

Orgulho e Preconceito. Darcy e Elizabeth Bennet. Se você ainda não se apaixonou por um personagem de livro, prepare seu coração, porque Mr. Darcy é um dos melhores. Orgulho e preconceito não se trata apenas de um romance, que conta a história de um casal, desde que eles de conhecem até que eles fiquem juntos. Bem, é também, mas o mais importante é que os romances da jane Austen, bem como orgulho e preconceito, são um retrato da sociedade inglesa do século XIX, onde para as mulheres de classes inferiores a única maneira de ascender socialmente era se certificando de um bom casamento. Devo acrescentar que quem ainda não assistiu o filme, não o faça antes de ler o livro. O filme é fofo, mas na minha opinião bastante infiel ao livro, ele é rápido e extremamente adaptado, perdendo em diálogos e detalhes importantes. O livro tem drama, ironia e romance, vale cada página. Vamos começar?!



Todos sabem a respeito da grande qualidade dos escritos da Jane Austen. E orgulho e preconceito é sem dúvida o mais conhecido e o mais apreciado de todos. Os personagens são cheios de características e personalidade. 

Orgulho e preconceito - assim como os outros livros da autora -  é logicamente ambientado no século XIX, com toda a pompa e características da época.  Tempos em que a extrema valorização da posição social ditava hierarquias. E por mais que possamos dizer que isso era sem dúvida um infortúnio para os de classes inferiores, também temos que confessar que todos apreciamos a beleza e distinção que tanto são relatados, em filmes e outros meios, do quanto aquela época era glamorosa. E quem não gostaria de ser a Sra. Darcy?!

Em orgulho e preconceito temos, claro, no enredo do livro esses dois sentimentos confrontados pelos dois personagens principais, Srta. Elizabeth Bennet e Sr. Fitzwillian Darcy. A primeira é componente de uma família de sete pessoas, comandada pelo pobre Sr, Bennet, que se faz ausente escondendo-se na biblioteca para não ter que escutar as indagações maçantes da esposa, uma mulher – como a descreve a autora – tola e histérica. A única pessoa de quem o Sr. Bennet faz questão da companhia é a Segunda filha mais velha, Elizabeth, que tem um temperamento muito diferente das demais. Elizabeth é mais semelhante ao pai, e eu diria até superior em inteligência. Não se contenta com a ideia – aceita tão naturalmente e de bom grado pelas demais – de que mulheres tinham que atrair o interesse de algum bom pretendente – e com “bom” queria dizer “rico”, já que não eram de uma posição social alta-, e quando tal evento ocorresse não deveriam pensar duas vezes em aceita-lo. Ela acreditava na importância do matrimônio, mas não no matrimônio aceito apenas por interesses materiais. Racionalidade, sensibilidade e sarcasmo, sem dúvidas delineiam a personalidade de Elizabeth. Jane, a filha mais velha, Já não era tão racional, apesar de ser junto com Elizabeth as filhas mais sensatas. Jane, Era o orgulho de sua mãe, no que diz respeito a beleza, que lhe rendiam muitos elogios, e quem a mãe tinha mais esperanças de ver casada primeiro e com um ótimo partido. Mas, apesar de muito se assemelhar a Lizzy, Jane tinha algo de muito diferente , ela era muito emotiva, e sempre acreditava no melhor das pessoas, quando a primeira desconfiava de todos até ter motivos suficientes para mudar de ideia.

“- São poucas as pessoas de quem realmente gosto, e menos ainda as que tenho em bom conceito. Quanto mais observo do mundo, mais me decepciono; e cada dia que passa confirma minha crença na inconsistência do caráter humano e na pouca confiança que se deve ter nas aparências de mérito ou sensatez[...]”
                                                                                                                          -Lizzy

 E apensar da irmã mais velha ser uma tola por acreditar em todos, lizzy sabia que ela tinha o melhor e maior coração que alguém poderia possuir.

“- Uma sinceridade afetada é comum demais, pode-se encontrar em qualquer lugar. Mas ser sincera sem ostentação ou segundas intenções – destacar o lado bom do caráter de todas as pessoas e torna-lo ainda melhor, sem nada dizer a respeito do lado mal – isso é exclusividade sua[...]“

 As outras meninas eram mais jovens, entre quinze e dezesseis anos. Mary, extremamente reservada e estudiosa, Lydia e Kitty, a primeira uma jovenzinha tola, petulante e sem limites quanto ao interesse em garotos. E a segunda, seguia em total e completa influencia da primeira.

O Sr. Darcy, pertencia a mais alta classe social, era de uma família rica e ele, depois que o pai morrera, ficara responsável pela irmã caçula, Georgina Darcy, a quem cobria de cuidados e atenção.

Elizabeth e a família moravam numa pequena vila, pouco afastada da cidade. Aos arredores com tudo o que se pode esperar de uma pequena cidade : vizinhos e fofocas. Uma notícia em especial trouxe melhores ares a cidade, a notícia de que um jovem rico e solteiro se mudaria para uma propriedade não tão longe dali. Essa notícia, claro, alvoroçou a sra. Bennet, a quem a imaginação já lhe fazia ver uma de suas meninas casadas com o tal Sr. Bingley.

Sr. Bingley, um rapaz novo, porém independente. De trejeitos simpáticos, e tímidos também. E ter tributos assim só somavam pontos para o  rapaz, logo todas as senhoritas da região ansiavam por vê-lo e conquistar seu afeto. Apensar de ser um rapaz de muito bom caráter e que reservava bons presságios, na minha humilde opinião ele tinha uma pequena fraqueza de personalidade. Quando ao decorrer do livro ele vai se mostrando ser facilmente manipulável.

A expectativa por conhecer o novo habitante de Netherfield Park era geral. E logo foi satisfeita pela aparição do rapaz e de seus amigos ao baile em Maryton. Junto com Sr. Bingley vieram mais quatro, As duas irmãs do rapaz , Sra. Hurtz e a Srta. Bingley, O marido da primeira, Sr. Hurtz e o melhor amigo do rapaz, Mr. Darcy, a quem  os que o olhavam lhe atribuíram péssimas opiniões. Logo se instalaram no salão e pouco tempo depois Sr. Bingley já devotava alguma atenção a mais velha das Bennet – Jane, caso já tenham esquecido -. Ele além de fazer a alegria da Sra. Bennet, também agradou geral. Todos ficaram encantados com a gentileza e boa educação do rapaz. Já ao seu amigo que se manteve apenas a observar os que dançavam e apenas a dançar com os do seu circulo social, desagradou geral, pela sua aparência ríspida e orgulhosa. Bingley que já tinha sido apresentado a família Bennet, já se familiarizara com quase todos. E dançara com Jane algumas vezes e declarava ser ela a mais lida das moças que já conheceu.

“- Poderia ter sintomas mais claros? Não é a desatenção geral a própria essência do amor?”                                                                                                                              - Lizzy 
E ao ver que seu amigo não divertia-se muito, decidiu persuadi-lo a dançar com alguém fora do seu circulo de amizade. E admitindo ele, não ter ninguém que despertasse seu interesse e que ele dançava com a mais bela do salão, Sr. Bingley tentou chamar a sua atenção para a irmã da sua parceira de dança porém o amigo afirmou não ser ela bonita o bastante para tenta-lo. Tão perto dela que Elizabeth ouviu com clareza.

“ – De quem está falando? – e dando meia-volta olhou por um instante para Elizabeth, até que, atraíndo-lhe o olhar, desviou o seu e disse com frieza : - Ela é aceitável, mas não é bonita o bastante para me tentar, não estou com disposição para dar atenção a mocinhas deixadas de lado pelos outros homens[...]“                                                                                                                               -Darcy

Aí então começou a delicada troca de desafetos entre os dois. Elizabeth cujo o preconceito em relação ao rapaz que por ser rico e nobre se achava no direito de desfazer e demonstrar desprezo pelos demais, também com o seu orgulho ferido por ele. E Sr. Darcy cujo o orgulho Fazia dele um homem aparentemente desagradável.

“Eu poderia com facilidade perdoar o orgulho dele se o meu não tivesse sido atacado.”                                                                                                                     - Lizzy

Os dois pertenciam a classes e mundos diferentes, Mas os dois tinham uma qualidade em comum, eram capazes de ser extremamente amorosos com quem lhes convinha. Elizabeth que tinha um afeto especial pela irmã mais velha e a cobria de cuidados, assim como Darcy amava muito a irmã mais nova e a cobria de proteção e também devotava muito carinho pelo amigo, sr. Bingley

Tempos passam e Sr. Bingley se mostra cada vez mais atraído por Jane, assim como Darcy por Elizabeth, apesar dos dois demonstrarem de maneiras diferentes.  Darcy se ver mais “alfinetado”, quando encontra em companhia de Lizzy um sujeito por quem não nutria bons sentimentos. Sr, Wickham, cujo passado compartilhara com Darcy e mistérios existiam em relação a como acabou tal amizade. Sr. Wickham dedicou-se a desfazer-se de Darcy, dizendo o quanto ele teria sido injusto com ele no passado, negando uma referida herança, nutrindo assim nas pessoas mais desafeto do que já sentiam em relação a Darcy. Ele tinha o que o próprio Darcy descreveu como a “Aparência da bondade” a seu favor, era extremamente cortês, bonito, aparentemente educado, mas mais tarde seu caráter foi revelado não tão bom como aparentava ser. E Também, Darcy mostrou-se muito mais cortês e digno de consideração do que aparentava merecer.

Eu não vou escrever detalhadamente sobre o livro inteiro,  porque ele é grande e é cansativo demais fazer isso e ler então...  Descrevendo assim os personagens principais. Vou me limitar apenas a dizer que a história se desenrola de tal maneira que  até que Bingley finalmente fique com Jane - depois de uma separação que causou em Jane profunda tristeza -,  e  Darcy prove a Elizabeth que seu orgulho não é maior que sua afeição por ela, assim como Elizabeth finalmente abra mão do seu preconceito e aceite a mão de Darcy . Julgamentos equivocados, Erros, Declarações, rejeições, Constrangimentos, explicações, agradecimentos... Assim os dois sentimentos são moldados e alguns até deixados de lado. Enfim apenas lendo se pode ter melhor aproveitamento da história. E vale cada página.

“- Um esquema em que  todas as partes prometem delícias nunca pode ser bem-sucedido; e a decepção geral só pode ser evitada pela existência de pequenas contrariedades[...]”

                                                                                                                                - Lizzy

“- Com muita frequência somos enganadas apenas por a nossa própria vaidade. As mulheres idealizam a admiração mais do que deveriam[...]”
                                                                                                                                 - Jane
“Só pense no passado se sua recordação lhe trouxer prazer[...]”
                                                                                    - Lizzy


O filme é bom, e acaba nos satisfazendo alguns desejos quanto a falta de “toques”, entre os personagens. O que no livro limita-se apenas a demonstrações verbais de afeto e nada mais. E também nos priva de alguns desejos, quanto a falta de diálogo entre Elizabeth e Darcy, o que no livro existe um pouco mais. E entre outros detalhes preciosos do livro que não se encontram no filme e partes significantes no filme que não estão no livro, como a cena da chuva. Na minha opinião o livro é muito melhor que o filme e a quem ainda não assistiu o filme eu aconselho a ler o livro primeiro, porque assim não ficará condicionado a adaptação do filme. Espero que tenham gostado, e que tenham ficado curiosos o suficiente para ler. Beijos. :)

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