domingo, 30 de dezembro de 2012

Maude e Harold.


" Na década de vinte, no sul da França e na Normandia, Lembro que as pessoas nos censuravam. Velejar era considerado frívolo, perigoso ou indecoroso, um desses Termos que os moribundos usam para aprisionar os aventurosos. Mas podemos arrastar essas pessoas, não é, Harold? Vamos amarrá-las ao nosso balão.

- Você, sim. Quanto a mim, não sei.
- Que quer dizer?

O vento cessara. Harold largou a árvore.

- Bem, a maioria das pessoas não é como você. vivem fechadas, em si mesmas. Moram sozinhas nos seus castelos. São como eu.
- Bem , cada qual vive no seu castelo - replicou Maude. - Mas isso não é razão para não baixar a ponte levadiça e fazer visitas.

Harold Sorriu.

- Então você concorda em que vivemos sozinhos. E morremos sós. Cada qual na sua cela.

Maude olhou para a floresta.

- Suponho que sim, de certo modo. É por isso que precisamos tornar essas  celas o mais agradáveis possível... Cheias de bons livros, lareiras aquecidas e recordações. Mas, noutro sentido, pode-se sempre saltar o muro e dormir à luz das estrelas.
- Talvez. Mas é preciso coragem.
- Por quê?
- Você não tem medo?
- De quê ? O conhecido eu conheço, e o desconhecido, gostaria de conhecer. [...] "

[ Ensina-me a viver- Colin Higgins/ Pág 76]


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