quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Resenha : O Escafandro e a Borboleta - Jean-Dominique Bauby

Oi gente linda e inteligente! Estou de volta, e batendo o recorde dos últimos tempos, dois dias seguidos -haha. Preparei uma resenha - como o prometido- de O Escafandro e a Borboleta, do autor Jean-dominique Bauby. Ela não ficou "extraordinária", mas tenho certeza que passa bem a imagem, sentimento e importância do livro. Amo esse livro - mesmo sendo bem triste, ele tem gosto, cheiro e textura de vida -, E tenho certeza que vocês também vão gostar. Ah! e não posso deixar de falar sobre o filme também. pra quem se interessar em ver, também é muito bom, ajuda a entender o desenrolar dos acontecimentos do livro. Espero que gostem! ;)





Título:O Escafandro e a Borboleta
Editora:  
Wmf Martins Fontes
Autor: Jean-Dominique Bauby
Páginas: 
142


Resenha:

O escafandro e a borboleta, é um daqueles livros que tem uma leitura fácil e rápida, mas em compensação é incrivelmente profundo e você acaba passando horas no mesmo capítulo, para não perder nenhum detalhe. O fato de ser  um livro que conta uma história real, também o torna mais intenso. Como eu já contei na sinopse, o livro conta a história de Jean-Dominique Bauby, jornalista, francês, redator chefe de uma renomada revista francesa.  Bauby é acometido pelo que a medicina chama de “ locked-in syndrome” (literalmente, trancado no interior de si mesmo). Após ocorrido o  acidente vascular cerebral, ele entra em coma e quando acorda, o mundo torna-se um lugar diferente, seu corpo torna-se sua prisão e seus membros não lhe respondem mais. Ele se encontra num estado de inválido profundo, mexendo apenas o olho esquerdo. 


Tudo agora é diferente. Bauby era como um bebê refém nascido, mas o pior ,sem chances de melhora. Mas, o mais incrível desse livro é o sentimento que  o escritor passar para o leitor. É como um regresso ao estado de espírito original, primórdio. Onde a alegria de viver ainda não foi condicionada aos parâmetros sociais. É como um “Psiu! Aproveite o momento de viver a vida plenamente, porque cada dia perdido, é um dia quem não pode ser recuperado.”

É possível sentir o peso de cada palavra, assim como a sua profundidade. Bauby, nos dá uma visão diferente da vida, uma visão de quem está dentro e não pode sair.

 “ Meus calcanhares doem, minha cabeça é um bigorna, e meu corpo está encerrado numa espécie de escafandro [...]” 

No estado de invalidez mórbida, bauby flutua entre a alegria de sentir as “coisas pequenas” na vida - Que no momento é o que ele pode ter - o sol passando pela cortina de renda e refletindo num desenho na parede, Um banho e principalmente a sua mente que o leva ao prazer e no mesmo instante as tristezas da memória. Uma narrativa cheia de conteúdo, sentimentalismo e sarcasmo – sim eu disse sarcasmo. – deixando o leitor, atônito.  Qual pessoa extraordinária, consegue fazer piada estando em estado ‘quase’ vegetativo?!  Bem, pra falar a verdade ele não poderia nem se mexer, mas ele escreveu um livro, então...

“ Assim como o banho, meus velhos coletes poderiam abrir pistas dolorosas em minha memória. Mas neles prefiro ver um símbolo de que a vida continua. E a prova de que desejo continuar sendo eu mesmo. Já que é para babar, que seja em Cashmere[...]”




No capítulo o Alfabeto. Ele descreve a forma como conseguiu escrever o livro. Uma estratégia bolada, utilizando uma seleção de letras de acordo com a sua frequência de utilização na língua francesa.  No capítulo “anjo da guarda” ele nos apresenta Santine a “ortofonista”  que instaurou o código de comunicação   e deu a bauby uma chance de se expressar com o mundo “exterior”. O código ajudava quando os parentes vinham visitá-lo, apesar de nem todos saberem - ou terem inteligência o suficiente, haha- para deduzir algumas palavras óbvias, deixando o trabalho um pouco cansativo, para quem tinha apenas um olho para dar as respostas. Era uma forma de bauby sentir-se vivo, porque ele ainda estava, apenar de tudo. 
Em determinado momento do livro bauby atravessa um período depressivo, onde seu escafandro oprimia mais que tudo, e tudo o que mais desejava era a morte. 



Ler  O Escafandro e a Borboleta é embarcar nas lembranças, nos delírios e nos sonhos de Bauby. E perceber o quão forte e determinado pode ser o ser humano, quando ele deseja deixar uma marca no mundo.


É isso pessoal, espero que tenham gostado. Leiam, vale muito a pena! E assistam também, o filme também é muito bom. Estou bolando o primeiro sorteio no blog. Aguardem, vai que rola um exemplar de O escafandro e a borboleta, heim ( por vocês eu rodo o mundo pra achar mais um, rs)?!?


Um comentário:

  1. Olá Stephany. Ao contrário do outro texto onde comentei aqui neste blog, este é perfeito. Você conseguiu exprimir muito bem a beleza deste livro. Falar sobre um livro como este não é fácil. O livro exige muita sensibilidade e você conseguiu de forma magistral explorar os detalhes significativos do livro. Em particular o que você chamou de "sarcasmo". Eu chamo de bom humor. Mas achei sua resenha perfeita. Parabéns.

    Sou Alberto Valença do blog Verdades de um Ser e colaborador do Meu pequeno vício e Depois da sessão de cinema. Agora criei também um blog de viagens - O seu companheiro de viagem.

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    O seu companheiro de viagem

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